Jesus Cristo é a manifestação plena do amor radical que se entrega, não somente pelos justos, mas, também, pelos pecadores: (Romanos 5,8).
Seu desejo de salvação não é somente aguardar os que o buscam. Jesus é incessante e eterna entrega, de si mesmo para o outro. É o convite contínuo para todos nós, e por meio de nós a toda a humanidade, para segui-lo em meio às diferenças e desencontros.
Consequentemente, as atitudes de alteridade e gratuidade marcam a vida do catequista.
Alteridade se refere ao outro, ao próximo, àquele que em Jesus Cristo, é meu irmão e minha irmã, mesmo estando do outro lado do planeta. É o reconhecimento que o outro é diferente de mim e esta diferença nos distingue, mas não nos afasta.
As diferenças nos atraem e nos complementam, convidando-nos ao respeito mútuo, ao encontro, ao diálogo, à partilha, ao intercâmbio de vida e solidariedade. Fechar-se no isolamento, no individualismo e em atitudes que transformam pessoas em mercadorias, é cair no pecado da idolatria e semear infelicidade. A vida só se ganha na entrega, na doação. Preservar-se é, em Jesus Cristo, auto entregar-se: (Mateus 10,38).
Todo relacionamento é igualmente chamado a acontecer na gratuidade. A semelhança de Cristo que, saindo de si, foi ao encontro dos outros, nada esperando em troca: “Filipenses 2,5”. O catequista é chamado a questionar um mundo que se constrói a partir da mentalidade do lucro e do mercado, atitudes que geram violência, vingança, guerra e destruição: (Mateus 6, 24-25).
Gratuidade significa amar em Jesus Cristo, o irmão e a irmã, respondendo através de atitudes fraternas e solidárias, a grande questão proposta a Jesus: (Lucas 10,29). Significa cortar a raiz mais profunda da violência, da exclusão, da exploração, do pensar em si mesmo buscando sempre a retribuição e interesse próprio.
Gratuidade e alteridade, como expressões de amor, são fontes de paz, reconciliação, de perdão, que é o ápice da nova Lei. Ela leva a amar o inimigo, o que não é pactuar com a impunidade, corrupção e com todas as formas de desrespeito aos direitos básicos de toda a pessoa.
A gratuidade e alteridade levam o catequista a angustiar-se diante da inércia, da omissão dos responsáveis em tomar atitudes que superem o mal existente. Isto, porém, não impede o catequista do ideal do perdão e da reconciliação.
Gratuidade e alteridade são os modos de compreender o que há de mais decisivo em Jesus Cristo: a saída de si, rumo à humanidade marcada pelo pecado, fonte de dor e morte.
É por aí que Jesus Cristo vai se tornando centro da nossa vida. É por aí que se tem experiência de Deus, o encontro com o Senhor.
Biblicamente o profeta experimentava Deus, quando, olhando a realidade dura, sentia um apelo de Deus na Palavra, e respondia a esse apelo com gesto de amor em prol da vida.
É, pois, motivado pela atitude constante de ida ao encontro do outro que o catequista contempla a realidade, não desejando que ela se encaixe em suas expectativas, mas encarnando-se na realidade, ele discerne as exigências do Reino de Deus e trabalha para que esse Reino cresça cada vez mais.
Jesus nos amor até o fim. Por isso, a fidelidade do catequista é uma das maiores provas do seu amor ao mestre.
Texto Dom Fernando Penteado( Retiro das catequistas da Paróquia Santo Antônio de Pádua)
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