terça-feira, 23 de novembro de 2010

O céu e terra passarão, mas as Minhas palavras não hão-de passar



Comentário ao Evangelho do dia feito por São Cirilo de Jerusalém (313-350)
Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja
Catequeses baptismais, nº 15 (a partir da trad.Bouvet, Soleil levant 1961, p. 330 rev.)

Nosso Senhor Jesus Cristo virá dos céus e virá no fim deste mundo, no último dia; porque este mundo terá um fim, e este mundo criado será renovado. Efectivamente, uma vez que a corrupção, o roubo, o adultério e toda a espécie de faltas se espalharam sobre a terra e «derramam sangue sobre sangue» (Os 4,2), para que esta admirável morada não permaneça cheia de injustiça, este mundo desaparecerá e surgirá outro mais belo. [...]

Escutai o que diz Isaías: «os céus enrolam-se como um pergaminho, os seus exércitos extinguem-se e caem como folhas mortas de vinha ou de figueira» (Is 34, 4). E o Evangelho diz: «o Sol irá escurecer-se, a Lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do céu» (Mt 24, 29). Não nos aflijamos como se fôssemos os únicos que têm de morrer: as estrelas também morrerão, mas talvez sejam ressuscitadas. O Senhor enrolará os céus, não para os destruir, mas para os ressuscitar mais belos. Escutai o que diz o profeta David: «Tu fundaste a terra desde o princípio e os céus são obra das Tuas mãos. Eles deixarão de existir, mas Tu permanecerás; [...] como um vestido que se muda, assim eles desaparecem. Mas Tu permaneces sempre o mesmo, os Teus anos não têm fim» (Sl 101, 26-28). [...] Escutai ainda as palavras do Senhor: «O céu e a terra passarão, mas as Minhas palavras não hão-de passar» (Mt 24, 35); é que o peso das coisas criadas não se iguala ao das palavras do seu Senhor.

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