Os doutores da Lei julgavam que este próximo a quem se refere o mandamento , seria um israelita e, no máximo, um prosélito, isto é, algum dos pagãos que haviam aderido ao judaísmo. Ao indicar na parábola do Bom Samaritano que o próximo é cada ser humano,Jesus não apenas indica que todas as pessoas, independente de classe, origem étnica ou religião, devem ser inseridas nesse conceito, mas que até mesmo o inimigo deve ser o nosso próximo. Como sabemos, os judeus não se davam com os samaritanos, considerados por eles como povo de segunda classe. Em sua resposta, Jesus inverte o conceito de próximo: para Ele, próximo não é o judeu prostrado no caminho,mas o samaritano que o socorre.Próximo é aquele que cada um de nós é chamado a se tornar. Não devemos esperar que surja alguém em nosso caminho com um cartaz de S.O.S., ou uma sirene luminosa. A questão decisiva não poderá ser : "quem é o meu próximo?", mas "de quem posso tornar-me o próximo?..."
Se Jesus vivesse hoje em Israel e um doutor da Lei lhe fizesse a mesma pergunta, certamente narraria a parábola do "Bom palestino" , se ,ao invés,quem O interrogasse fosse um palestino; e no lugar do samaritano,mencionaria um judeu. Poderíamos pensar quem Ele indicaria como o próximo, se fossemos nós que Lhe fizéssemos a mesma pergunta. Ao longo de nossas vidas, quantas vezes temos a oportunidade de sermos como este homem! Quem já não teve a experiência de saber que com apenas uma assinatura, uma palavra, um gesto,podemos selar o presente e o futuro de uma pessoa?...Com um perdão pode-se devolver a vida a quem amarga o arrependimento e o próprio remorso. Com um gesto de disponibilidade,podemos salvar vidas. A parábola do Bom Samaritano nos recorda que a nossa simples presença, solidária e silenciosa, o simples deter-se diante de alguém para ouvir, pode devolver ao outro a esperança e a alegria de viver. Paz e Ben
Texto retirado do folheto da Missa.
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